Volkswagen Santana. Imagem por Maycom Mezner sob licença CC BY-SA 3.0 Unported (imagem remixada do original)
Sedã da marca alemã foi vendido na China por 35 anos; conheça os modelos lançados por lá.
Um dos carros mais emblemáticos dos anos 80 e 90, o Santana é um carro que tem milhares de fãs espalhados pelo Brasil inteiro.
Apesar do sedã alemão ter deixado de ser vendido no Brasil em 2006, o Santana continuou sendo vendido na China até 2022 – com o modelo clássico fabricado até 2013 por lá.
Vamos acompanhar a trajetória do clássico Santana e entender mais sobre seu sucesso nas terras chinesas.
O nascimento do Volkswagen Santana na Europa
O Santana começou a ser vendido aos europeus em 1981, fabricado em Emden, na Alemanha, e posteriormente em Bruxelas, na Bélgica. Em seu tempo no mercado do Velho Continente, recebeu diversas versões, como motores entre 1.3 até 2.0, assim como opções à gasolina e diesel.
O nome do carro foi inspirado nos “ventos de Santa Ana”, uma forte corrente de ventos que acontece na costa da Califórnia, nos Estados Unidos – uma alusão à potência do veículo.
Ele foi ofertado como uma versão sedã do Passat, mas destinado a um público mais requintado. A diferença ficava por conta do acabamento interno e componentes de maior qualidade.
Esse posicionamento foi feito com cautela, de maneira a não prejudicar as vendas do Audi 80 B2 – essa marca também faz parte do Grupo Volkswagen. Entre seus competidores, destaque para a Mercedes-Benz 190 e a BMW 3 Series.
O carro deixou de ser fabricado na Europa no final de 1984, mas seguiu à venda quando foi reincorporado à linha de carros Passat. Entre os europeus, a Espanha manteve a venda do carro por mais alguns anos.
O Volkswagen Santana no Brasil
O sedã começou a ser vendido por aqui em 1984, com um motor 1.8. Além da versão quatro portas lançada mundialmente, uma edição de duas portas foi vendida exclusivamente no Brasil.
Já no ano seguinte, a Volkswagen passou a ofertar a versão perua, batizada de Quantum. Em 1988, o Santana ganhou uma versão 2.0 AP, de maneira a acirrar a competição com seu principal rival no Brasil: o Chevrolet Monza.
A primeira grande mudança de visual do Santana aconteceu em 1991. Uma das características marcantes dessa versão foi o uso de freios ABS, o primeiro carro nacional da época a incluir esse recurso.
O Santana ganhou algumas reestilizações ao longos dos anos, mas não conseguia replicar o sucesso de suas primeiras versões. Ainda assim, o veículo foi ofertado pela Volkswagen até maio de 2006, totalizando quase 550 mil vendas no país em seus 22 anos de existência.
China, o principal mercado do Volkswagen Santana
Apesar do sucesso com os brasileiros, o maior mercado do Santana foi a China. O sedã passou a ser fabricado em 1983 pela Shangai Tractor Automobile Corporation, nome antigo da SAIC Motor, uma das maiores fabricantes do território chinês.
Em vista do rentável mercado automotivo chinês, a Volkswagen firmou uma parceria com essa fabricante já no ano seguinte. A parceria perdura até os dias de hoje, sob o nome Shanghai Volkswagen.
A primeira versão do Santana começou a ser fabricada com peças importadas, mas em 1995, praticamente todos os componentes usados passaram a ser de origem chinesa.
Em vista da grande popularidade do veículo no país, o Santana ganhou uma versão perua em 1992, conhecida como Santana Variant.
Diferentemente do Brasil, essa versão clássica do Santana foi fabricada na China até 2013, recebendo diversas atualizações ao longo dos anos, como melhorias na transmissão e freios ABS com distribuição eletrônica de frenagem.
O Volkswagen Santana 2000 na China
Uma nova versão do Santana foi lançada em 1995 e foi amplamente inspirada na versão brasileira. O veículo foi vendido para os chineses até 2004, sendo descontinuado antes da primeira versão lançada em 1983.
Em 2004, ele ganhou um facelift e passou a ser chamado de 3000. Dentre as novidades, destaque para a introdução de um novo teto solar e contou com várias motorizações, incluindo uma versão 2.0.
As novas versões do Santana na China
Já em 2008, os chineses receberam o Santana Vista Zhijun, uma versão com visual renovado do Santana 3000. A nova geração recebeu alguns caprichos, como uma nova grade frontal e adereços cromados pelo acabamento externo.
Junto a essa versão, foi lançado o Santana Vista Changda, com funcionalidades direcionadas especialmente aos taxistas. Ambas versões deixaram de ser vendidas em 2012.
O moderno Santana chinês
A última grande versão do Santana ficou conhecida como o New Santana. O veículo foi desenhado pela Volkswagen da Alemanha e tinha apenas o público chinês como alvo.
Ele faz uso da plataforma do Volkswagen Polo, usada também na fabricação do New Jetta, uma versão chinesa desse veículo da fábrica alemã.
O New Santana passou a ser vendido na China em 2012, com uma versão hatchback chamada de Gran Santana lançada três anos depois.
A última versão do Santana foi o Cross Santana, que foi lançado em 2016 e vendido até 2022, marcando o fim da linha no país. Uma das justificativas dadas pela filial chinesa foi o crescimento do interesse do motorista chinês em obter carros elétricos e híbridos.
O Volkswagen Santana no Japão
Além dos chineses e dos brasileiros, o Santana teve um período de grande sucesso no Japão. O veículo foi montado pela Nissan em sua fábrica na prefeitura de Kanagawa. Foi um dos primeiros carros da parceria com a Volkswagen em território japonês.
O valor de venda era inferior aos demais Volkswagen ofertados na época, devido à montagem local. A chegada do sedã ocorreu durante um período de rápido crescimento econômico no Japão, que ajudou a impulsionar as vendas da parceria.
Uma característica curiosa da versão japonesa fica por conta de um redução de apenas meio centímetro na largura, de maneira a evitar um imposto cobrado sobre carros com mais de 1690mm.
A montagem seguiu até 1989 e as vendas terminaram em 1990. O cenário do país havia mudado, marcado pela queda de vendas devido à deflação e ao estouro da bolha financeira. Nessa época, a Volkswagen passou a cooperar com a fabricante Toyota.
O Santana por toda a América
Nos Estados Unidos e no Canadá, o Santana foi ofertado junto com o Passat B2 entre os anos 1982 e 1988. Para os norte-americanos, o veículo foi chamado de Volkswagen Quantum e contou com versões sedã, perua e coupé.
Já no México, o sedã foi vendido com o nome Corsar, entre os anos 1984 e 1988. O veículo era bastante adorado pelos mexicanos, chegando a aparecer em um episódio de Chapolin, famoso humorístico criado pelo comediante Chespirito.
Por fim, na Argentina, o carro foi vendido entre 1987 e 1991. Posteriormente, o país recebeu uma versão do Santana produzida pela Autolatina, fusão das filiais latino-americanas da Ford e Volkswagen. Essa modificação chegou no Brasil com o nome de Ford Versailles.
Os argentinos receberam o Santana pela segunda vez entre 2002 e 2006, importados do Brasil, mas o carro não repetiu o sucesso da primeira edição.
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