Estátua de Bruce Lee à mostra na “Avenida das Estrelas” em Hong Kong. Imagem por Johnson Lau sob licença CC BY-SA 2.5 Generic (imagem remixada do original)
Ícone do cinema mundial teve uma carreira breve mas de grande influência na difusão das artes marciais.
Ao pensar em filmes de artes marciais, é praticamente impossível não pensar em Bruce Lee. Ainda que com uma carreira breve, o artista se tornou uma das figuras mais admiradas do século XX, sendo considerado responsável pelo aumento de popularidade da cultura asiática no Ocidente e por difundir as artes marciais pelo mundo.
A juventude e os primeiros anos de carreira
De pais honcongueses, Lee nasceu em 27 de Novembro de 1940, na cidade de São Francisco, na Califórnia, Estados Unidos, mas regressou à terra natal dos pais quando tinha apenas três meses de idade. Muito pela influência do pai que era uma estrela da ópera cantonesa, Bruce participou de diversos filmes desde muito jovem: sua primeira aparição no cinema ocorreu aos nove meses de idade, no drama Jin Men Nu (“As Lágrimas de São Francisco”, como foi publicado nos Estados Unidos), de 1941.
Aos nove anos conquistou o primeiro papel como protagonista, no filme Kid Cheung. Acabou retornando às terras americanas quando era um jovem adulto, onde chegou a se matricular na Universidade de Washington para estudar Artes Dramáticas mas não concluiu. Seu primeiro papel de destaque fora das terras chinesas foi no papel de Kato, no seriado The Green Hornet, em 1967 – exibido no Brasil como “O Besouro Verde” pela TV Tupi em 1970.
O retorno de Bruce Lee à Hong Kong
Insatisfeito com os papeis que estava recebendo nos Estados Unidos, Lee retornou à Hong Kong para trabalhar com o cinema da região – um dos maiores e mais rentáveis do mundo. No começo dos anos 70, gravou os filmes “A Fúria do Dragão” e “O Vôo do Dragão” que catapultaram o artista à fama por toda a Ásia. Dentre as cenas mais conhecidas deste período, destaque para a cena final de “O Vôo do Dragão” em que Lee confronta o americano Chuck Norris em uma batalha no Coliseu, na Itália.
No entanto, em 20 de Julho de 1973, Bruce Lee faleceu enquanto dormia, vítima de um edema cerebral. O último filme estrelando Lee foi “Operação Dragão”, produzido em parceria com o estúdio americano Warner Bros, considerado pelos críticos como um dos melhores filmes de ação dos anos 70, lançado postumamente. Diversos projetos de Bruce acabaram cancelados, exceto por “O Jogo da Morte”, que foi lançado cinco anos depois, reaproveitando cenas de filmes anteriores e quase vinte minutos de gravações inéditas dentro de uma história adaptada, utilizando um sósia nas cenas adicionais. Pelo menos outras quatro versões deste filme foram criadas por estúdios diferentes, com variadas interpretações do projeto concebido por Lee.
A filosofia de Bruce Lee
Bruce Lee ficou conhecido também pelo amplo conhecimento filosófico que possuia, tendo contato com esta área desde o período que era um estudante na Universidade de Washington. Leitor assíduo, possuía uma extensiva biblioteca em sua casa, explorando assuntos como filosofia e artes marciais. O artista acreditava que qualquer forma de conhecimento levava ao conhecimento de si mesmo, afirmando que a luta era apenas uma maneira de se expressar e metaforizar seus ensinamentos.
Talvez a entrevista mais conhecida de Lee envolve uma citação em que abordou a necessidade de se adaptar às situações. “Não fique preso a uma forma; adapte e crie a sua forma, deixe-a crescer.”, afirmou o artista. Este conceito tem origem taoísta, afirmando que não se deve manter preso a um tipo de doutrina, já que cada situação demanda um tipo de resposta diferente. “Se você colocar a água na chaleira, ela se torna a chaleira. Só assim a água pode fluir e pode parar. Seja água, meu amigo”, completou.
Bruce Lee foi um dos artistas mais fascinantes de todos os tempos. Demonstrando incríveis habilidades dentro da Sétima Arte difundindo as artes marciais pelo mundo afora, sua persona inspira diversas gerações com uma visão de mundo refinada e de valor praticamente inestimável.
“Saber não é o suficiente, é necessário aplicar o que se sabe; vontade não é o suficiente, é necessário entrar em movimento.”
Redação pecahoje.com.br