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O “One”, um dos vários carros autônomos desenvolvidos pela Waymo, subsidiária do Google. (Fonte: Commons)

Carros autônomos parecem algo do futuro, mas essa profecia está cada vez mais próxima de ser cumprida.

Redação pecahoje.com.br

A ideia de carros que se pilotam sozinhos, sem a necessidade de um motorista sob controle, ainda é recebida com desconfiança por muitas pessoas. No entanto, isto já está em funcionamento em algumas partes do mundo – e os projetos começaram bem antes do que se imagina.

Os primeiros carros autônomos

Apesar de ser um assunto relativamente recente, a história dos carros autônomos começou há muito tempo. O primeiro veículo radio-controlado da história foi um triciclo construído em 1904 pelo inventor espanhol Leonardo Torres y Quevedo. Já em 1921, os militares americanos exibiram um veículo para transporte de carga nas ruas de Dayton, cidade de Ohio, que foi descrito pela imprensa local no período como um “caixão sob três rodas que andava por conta“. A ideia era transferir essa tecnologia para os tanques de guerra. 

O veículo militar foi exibido na década de 20 e era capaz de transportar carga. (Fonte: Commons)

No entanto, foi apenas em 1926 que um carro convencional sem motorista percorreu uma rua com trânsito – tal via era nada menos que a famosa Broadway, em Nova Iorque. O automóvel em questão era um Chandler 1926, equipado com uma antena transmissora e pequenos motores que controlavam aceleração, frenagem, direção e buzina do veículo. Apelidado de “Maravilha Americana” pela imprensa, o veículo foi acompanhado de perto pela equipe responsável por sua pilotagem, membros da empresa Houdina Radio Control. Ainda que bem sucedida, a demonstração terminou após colidir com um carro com jornalistas que acompanhavam o evento.

Diversas ideias para carros autônomos surgiram no século XX. Nos anos 50 ocorreram diversos testes com luzes nos acostamentos de estradas que guiariam sensores pré-instalados nos carros para permitir a estabilização. Os Firebird, da General Motors, foram uma série de protótipos que possuiam um sistema de direção capaz de acompanhar um fio metálico embutido no asfalto para se manter em linha reta. Por fim, um dos principais movimentos em prol do desenvolvimento desta tecnologia foi o Projeto Eureka, que gastou quase um bilhão de euros entre 1987 e 1995, obtendo conhecimento que é utilizado até os dias de hoje.

O Firebird II era capaz de seguir um fio metálico colocado nas estradas e se conduzir sozinho. O veículo era feito de titânio e nunca foi comercializado. (Fonte: Commons)

Carros autônomos devem ser regularizados

Uma das empresas responsáveis por ajudar a regularizar estes projetos é a SAE International, a Sociedade de Engenheiros de Automóveis, fundada em 1905 por diversos líderes de fabricantes de veículos, como Henry Ford, e com o apoio de empresários e inventores, como Thomas Edison, o criador da lâmpada elétrica. A organização é responsável por desenvolver padrões técnicos para as indústrias de transporte, abrangendo veículos comerciais, automotivos e aeroespaciais.

A instituição estabelece seis níveis de autonomia para os veículos. Os primeiros três níveis, de zero até dois, dependem diretamente da intervenção de um motorista para guiar o automóvel. A maioria dos carros convencionais são nível zero, ainda que possuam dispositivos que permitam, por exemplo, estacionar o veículo automaticamente. O carro “sobe” um nível quando possui um sistema de assistência, seja para direção (ou seja, o ajuste do automóvel na pista) ou controle de velocidade (onde permite-se, por exemplo, realizar frenagens automáticas ao detectar obstáculos).

Caso o veículo tenha ambos sistemas, ele pertencerá ao nível dois. Um veículo que possui esse sistema é o Haval H6, da Great Wall Motors, com planos para ser lançado no Brasil em 2022. Conheça mais dessa montadora em um artigo do nosso blog.

O Tesla Model S é um exemplo de carro de nível SAE 2. (Fonte: Commons)

A partir do nível três, os veículos passam a depender cada vez menos de motoristas. No terceiro nível, o carro é conduzido automaticamente, mas um ser humano ainda é necessário para intervir em situações específicas. Um exemplo de recurso neste nível consiste de uma pilotagem automática durante congestionamentos, permitindo que o condutor retire completamente a atenção do tráfego até retornar ao trânsito normal. Por fim, os níveis quatro e cinco seriam a manifestação completa da automação. A diferença entre eles é que o último nível não requer um ambiente controlado para chegar ao destino definido no percurso ideal, desviando de obstáculos e evitando acidentes. Táxis locais sem motoristas, em operação em cidades selecionadas, são um exemplo de nível quatro, com veículos não contando com pedais ou volantes.

Aspectos técnicos

Vários elementos técnicos são embutidos em um veículo autônomo. Um dos principais elementos é o grupo de sensores, compostos de um conjunto de câmeras, radares e dispositivos de ultrassom, que identificam os obstáculos a frente do veículo. Outra característica de destaque é o contato com serviços de cloud computing (ou computação na nuvem, onde os softwares projetados para internet se encontram), obtendo dados a respeito do trânsito, condições climáticas, mapas, outros carros conectados em proximidade e alterações de elevação de terreno. Por fim, todos os dados que o carro recolhe são analisados pelo software e confrontados com o resultado obtido, de maneira a “ensiná-lo a dirigir melhor”; isto é o chamado “aprendizado de máquina” – mesma tecnologia por trás das sugestões de conteúdo nas redes sociais e serviços de streaming.

Neste protótipo do Google, parte do aparato usado na direção autônoma está exposto – algo que é mais discreto nas novas versões. (Fonte: Commons)

Um novo ramo no comércio

Uma das principais ideias que surge com o advento de carros autônomos é o nascimento de startups de táxis sem motoristas. Funcionando de maneira similar aos aplicativos de motoristas convencionais, o usuário escolheria o destino desejado e aguardaria o veículo se aproximar. Dentro do automóvel, algumas empresas incluem displays que demonstram o “raciocínio” do software que conduz o carro, exibindo mapas de calor que demonstram os sensores reagindo a outros carros se aproximando. Em preparação para os Jogos Olímpicos de Tóquio de 2020, a montadora japonesa Toyota, em parceria com empresas de táxis e de automação veícular, conseguiu transportar passageiros em carros sem motorista por toda a capital da cidade em 2019.

Várias empresas estão na disputa para desenvolver carros autônomos de nível 5. Talvez a mais famosa delas seja a montadora americana Tesla Motors, muito pelas aparições públicas de seu CEO, Elon Musk – a empresa é conhecida pelo blog do Pecahoje.com.br por não ter incluído a alça interna em um carro. Outra empresa de destaque é a Waymo, divisão da empresa americana Alphabet, proprietária da Google, que já possui um modelo de táxi autônomo operando via aplicativos na cidade de Phoenix, no Arizona, Estados Unidos. Na China, por sua vez, é possível observar um franco crescimento do projeto Apolong (chamado de Apollo nas divulgações em inglês), com um ônibus autônomo de baixa velocidade lançado em 2017.

O CityMobil 2, um protótipo francês de um veículo de transporte público de pilotagem autônoma. (Fonte: Commons)

O futuro é animador. Diversos protótipos obtiveram ótimos resultados já na década de 2010 e, graças à rápida evolução da tecnologia e os investimentos no setor, não tardará até vermos essas invenções operando em maior escala no mundo inteiro. De pouco a pouco, a desconfiança vai dar lugar à perplexidade.

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